Abrir empresa nos EUA: guia prático com requisitos e custos

Escrito Por Paulo Oliveira

Planejar um negócio fora do Brasil parece, de início, um grande desafio. Existem sonhos, planos, dúvidas, e um mar de regras e números. Mas, aos poucos, cada passo desse caminho pode ser entendido e, com a estratégia certa, pode levar ao crescimento em um dos maiores mercados do planeta: os Estados Unidos.

Crescer globalmente é possível, desde que haja informação e planejamento.

Se você já considerou montar uma empresa no exterior, pode ser que tenha ouvido sobre a burocracia no Brasil e a busca por caminhos mais ágeis no empreendedorismo, como apresentado no projeto Balcão Único do Ministério da Economia. Mas nos EUA, o processo pode ser diferente, especialmente para brasileiros, com certas oportunidades e cuidados. Este guia apresenta, passo a passo, como se dá a abertura de empresa nos EUA, requisitos, tipos societários, documentos, custos e desafios. E, claro, sempre com o apoio de especialistas do setor, como a equipe da Prézzo Consulting.

Por que planejar abrir empresa nos estados unidos?

Os Estados Unidos têm um ambiente de negócios dinâmico e atraente, onde startups emergem rapidamente, até sugerindo, em temas como “Estado em Rede” e novas formas de empreendedorismo, que empresas podem redefinir fronteiras tradicionais. Para brasileiros, sejam residentes ou não, o potencial de internacionalizar operações é real: acesso a dólar, crédito mais barato, segurança jurídica e um clima de negócios intenso onde inovação é premiada.

  • Mercado consumidor grande
  • Facilidade de escalabilidade
  • Menos burocracia em muitos estados
  • Abertura para negócios digitais e tecnológicos

No entanto, buscar esse salto implica preparar-se para atender requisitos legais e fiscais diferentes dos encontrados no Brasil. Não basta apenas abrir um CNPJ americano; o sucesso depende de entender as nuances e focar em um gerenciamento profissional.

Escolhendo o tipo societário: LLC, C Corp, ou outro?

Escolher o formato certo é, talvez, o passo mais decisivo. Nos EUA, os formatos mais comuns são:

  • LLC (Limited Liability Company): equivale a uma limitada no Brasil, com gestão mais simples e tributação flexível.
  • C Corporation: voltada para empresas com sócios ou investidores, tributação separada da pessoa física, possibilidade de emitir ações.
  • S Corporation: semelhante à C Corp, mas restrita a residentes e cidadãos, não disponível para estrangeiros sem status permanente.

A LLC é a escolha favorita dos brasileiros, porque aceita sócios estrangeiros, gerenciamento é prático e os custos tendem a ser mais baixos. Já a C Corp é interessante para quem pensa em captar grandes investimentos ou abrir capital.

Pessoa analisando documentos para escolher tipo de empresa nos EUA Antes de bater o martelo, vale conhecer as diferenças entre LLC e corporações específicas para brasileiros, considerando projetos de crescimento, tributação e acesso ao sistema bancário americano.

Escolha do estado para registro

O processo de constituição de empresa nos EUA acontece em nível estadual, não federal. Isso mesmo: cada estado tem regras, taxas e vantagens próprias. Flórida, Delaware, Texas, Califórnia e Nevada estão entre as opções mais buscadas, mas não existe “melhor” para todos; depende do modelo de negócios, do perfil dos sócios e do porte da empresa.

Alguns estados oferecem:

  • Custos de abertura e manutenção menores
  • Processos de fiscalização menos rígidos
  • Privacidade para dados de sócios
  • Tributação estadual mais leve ou nula (caso de Delaware, por exemplo)

Por outro lado, estados como Califórnia e Nova York podem cobrar taxas anuais altas e exigir presença física para determinados tipos de empresa. Avalie quais são os melhores estados para abrir empresa nos EUA conforme o segmento antes de iniciar o processo.

Passo a passo para fundar uma empresa nos EUA

  1. Definir o tipo societário e o estadoComo dito, LLC é o formato mais prático para estrangeiros, mas, dependendo do plano, C Corp pode ser ideal. Decida também em qual estado ficará registrada sua empresa.
  2. Contratar um agente registrado (“Registered Agent”)Toda empresa nos EUA precisa de um agente registrado. Isso é uma pessoa física ou jurídica autorizada a receber documentos oficiais, correspondências judiciais e avisos do governo. É obrigatório e, para não residentes, indispensável.
  3. Preparar documentos iniciaisOs principais documentos são:
  • Contrato social ou “Articles of Organization”
  • Passaporte dos sócios (e, se disponível, visto americano)
  • Comprovante de endereço internacional
  • ITIN (Individual Taxpayer Identification Number) para casos específicos, como sócios estrangeiros que vão atuar no negócio
  1. Muitos estados aceitam tudo por via digital, tornando o processo mais prático.
  2. Registro da empresa junto à Secretaria de EstadoÉ a etapa de protocolar formalmente os documentos no estado escolhido, pagando as taxas próprias. O protocolo pode levar de alguns dias a duas semanas, a depender do estado e da época do ano.
  3. Obter o EIN (Employer Identification Number)Funciona como o CNPJ americano, exigido para abrir conta em banco, contratar funcionários, emitir notas fiscais e declarar impostos federais. Residentes no exterior podem solicitar o EIN pelo site do IRS ou via formulário SS-4.
  4. Elaborar Operating Agreement ou BylawsEmbora não seja mandatário para todas as LLCs, esse documento interno define regras de gestão, poderes dos sócios e divisão de lucros. Evita futuros conflitos.
  5. Abertura de conta bancáriaBancos americanos pedem:
  • Documentos societários
  • EIN
  • Endereço nos EUA (pode ser o do agente registrado)
  • Passaporte e outros dados dos sócios (alguns exigem presença na agência, mas existem opções remotas)
  1. O uso de uma consultoria, como a Prézzo Consulting, pode agilizar essa etapa e evitar retrabalho.
  2. Registro de licenças e alvarásDependendo do ramo, pode ser preciso obter permissões estaduais, municipais ou setoriais, como licença sanitária, ambiental ou específica para e-commerce.

Organização e atenção aos detalhes fazem a diferença nesse processo.

Documentos exigidos para estrangeiros

O Brasil dispõe de processos modernos de registro, mas nos EUA, para brasileiros sem residência, o caminho é um pouco mais documental. A lista abaixo pode variar, mas, de forma geral, serão necessários:

  • Passaporte válido: indispensável, serve para a identificação formal do sócio estrangeiro.
  • Comprovante de endereço internacional: pode ser traduzido ou aceito em inglês. Faturas bancárias, contas de utilidade ou contratos de aluguel.
  • ITIN (Individual Taxpayer Identification Number): necessário apenas para quem, como pessoa física, vai declarar impostos nos EUA. Nem todo sócio precisará, mas facilita transações financeiras (por exemplo, recebimento de dividendos).
  • Documentação da empresa no Brasil, se for caso de filial: contratos sociais, atas, documentação traduzida com apostilamento.

É possível confirmar detalhes mais recentes na lista de documentos atualizada para 2025.

Documentos necessários para abertura de empresa nos EUA Não residentes e brasileiros sem visto: é possível abrir empresa?

Uma das dúvidas mais comuns. A resposta é sim: não há exigência de visto ou residência permanente para registro de empresa nos EUA. Ou seja, um brasileiro pode ser sócio ou proprietário mesmo à distância. Porém, atenção: ser dono de empresa não concede automaticamente direito de morar, trabalhar ou abrir conta bancária presencialmente no país.

Inclusive, esta separação é fundamental:

  • Ter empresa nos EUA: não requer visto nem residência
  • Trabalhar na empresa nos EUA: pode exigir visto específico (como L1 ou E2)

Advogados e especialistas fiscais orientam manter um planejamento tributário desde o início. Evita problemas com Receita Federal americana e permite receber lucros no exterior legalmente, tudo dentro do enquadramento correto.

Custos para abrir empresa em 2025

A primeira dúvida financeira, além dos impostos, é quanto custa, de fato, criar uma empresa lá fora. O valor varia de estado para estado e conforme o modelo societário. Em síntese, você terá de arcar com:

  • Taxa de abertura estadual: pode variar de US$ 50 a US$ 800, dependendo do estado
  • Honorários de agente registrado: valores médios de US$ 50 a US$ 300 anuais
  • Custos de emissão de documentos e apostilamento: normalmente de US$ 100 a US$ 500
  • Honorários de consultoria jurídica ou contábil: valores podem começar em US$ 300 e variam conforme a complexidade
  • Taxa para obtenção de EIN: gratuita se feita diretamente pelo empreendedor; pode haver custo se terceirizado
  • Despesas para abrir conta bancária: geralmente não há, mas alguns bancos exigem depósito inicial (US$ 100 a US$ 500)

Alguns custos são pontuais; outros, anuais (taxa de franquia estadual, renovação de licenças etc). Conheça um guia detalhado com valores neste conteúdo especializado da Prézzo Consulting.

Cuidados fiscais e o papel da consultoria contábil especializada

Abrir empresa nos EUA é atraente, mas não se pode esquecer das cargas tributárias específicas e exigências federais, estaduais e municipais. A Receita (IRS) é rigorosa: omissões ou falhas podem causar bloqueios e multas. Assim, o apoiamento de consultorias como a Prézzo Consulting é visto como diferencial, não apenas para tirar dúvidas, mas para desenhar a modelagem tributária mais adequada ao perfil do negócio.

A própria legislação americana evolui. Há discussões recentes sobre reformas fiscais, maior transparência e exigências tributárias para empresas estrangeiras, especialmente para setores sensíveis como serviços, tecnologia e fintechs.

Planejar os tributos é, quase sempre, mais importante que tentar economizar no primeiro momento.

O contador americano (ou a consultoria especializada) orienta:

  • A periodicidade e tipo de declaração de imposto, estadual e federal
  • Como evitar bitributação (acordos Brasil-EUA)
  • Se a empresa pode ou não entregar documentos sem ITIN
  • As melhores práticas para retirada de lucros
  • Como fazer remessas legais para o Brasil

Empresas pequenas e startups, em especial, precisam considerar gestão financeira sólida assim que começam, e não apenas “depois” que crescerem, conforme alerta a série da BBC sobre empreendedorismo e desafios para startups.

Vantagens de internacionalizar: quando vale a pena ampliar fronteiras?

Parece tentador abrir empresa nos Estados Unidos apenas porque o processo pode ser ágil. Mas a decisão deve ir além do facilitador inicial. Internacionalizar proporciona:

  • Acesso facilitado a sistemas de pagamento e recebimento em dólar
  • Possibilidade de captar recursos com investidores globais
  • Flexibilidade para contratar profissionais no mundo todo
  • Reconhecimento internacional para o produto ou serviço
  • Mais segurança jurídica e concorrência saudável

Por outro lado, nem tudo são flores. Exige adaptação cultural, estudo do mercado, domínio do inglês e preparo para diferentes estilos de fazer negócios. O planejamento, novamente, é o melhor amigo de quem deseja longevidade, como indicam estudos publicados por parcerias entre universidades e empresas nos EUA que incentivam inovação.

Sala moderna de coworking com equipe multicultural colaborando Desafios comuns e a importância do planejamento

Uma boa ideia, um pouco de coragem e um computador podem ser suficiente para começar, mas alguns desafios surpreendem:

  • Dificuldade em entender as regras estaduais
  • Barreiras no idioma ou documentação
  • Dúvidas sobre impostos e movimentação internacional de recursos
  • Adaptar-se ao ritmo acelerado dos negócios

Por isso, recomenda-se:

  1. Mapear objetivos e recursos disponíveis
  2. Pesquisar o segmento de atuação nos EUA
  3. Escolher o estado com mais vantagens para o projeto
  4. Buscar apoio profissional desde a fase de planejamento
  5. Reinvestir em compliance e controles financeiros desde o dia um

Empreendedor analisando gráficos e documentos em escritório nos EUA Conclusão

Empresas de todos os tamanhos, de autônomos a médias corporações, buscam o mercado americano para conquistar novos clientes, reduzir tributos e inovar. Mas abrir uma empresa nos EUA deve ser um movimento planejado. Informar-se sobre documentos, custos, tipos societários e manter suporte especializado são atitudes que separam histórias de sucesso do improviso.

O futuro de uma empresa internacional começa no cuidado com os detalhes.

Confie no time da Prézzo Consulting para garantir clareza e tranquilidade neste processo. Procure (saiba mais sobre como podemos apoiar seu negócio global) e abra novas oportunidades para seu sucesso!Perguntas frequentes

Como abrir uma empresa nos EUA?

O processo envolve escolher o tipo societário (LLC ou C Corp, geralmente), decidir o estado de registro, contratar um agente registrado, preparar a documentação (passaporte, comprovante de endereço, possível ITIN), protocolar os documentos na secretaria de estado, obter o EIN junto ao IRS, abrir conta bancária e regularizar licenças locais. Cada etapa demanda cuidado com os detalhes e, para facilitar, é recomendado consultar especialistas como a Prézzo Consulting.

Quais são os custos para abrir empresa?

Os custos variam dependendo do estado escolhido, mas envolvem taxa estadual de abertura (US$ 50 a US$ 800), honorários de agente registrado (média de US$ 50 a US$ 300 anuais), custos administrativos (de US$ 100 a US$ 500) e possíveis despesas com consultoria. A obtenção do EIN é gratuita, mas a abertura de conta bancária pode exigir depósito inicial. Algumas taxas são únicas, outras recorrentes. Há um guia completo sobre valores aqui.

Preciso de visto para ter empresa lá?

Não. Brasileiros e estrangeiros podem constituir empresas nos EUA sem necessidade de visto. Contudo, o registro da empresa não concede, por si só, permissão de trabalho ou residência nos EUA. Trabalhar presencialmente na empresa exige vistos como o L1 ou E2.

Quanto tempo leva para abrir empresa?

O tempo médio varia por estado, mas costuma ficar entre 7 e 21 dias considerando todas as etapas (registro estadual, obtenção de EIN e abertura de conta). Pode ser mais rápido em estados como Delaware. Uma consultoria especializada ajuda a evitar retrabalho e atrasos.

Vale a pena abrir empresa nos EUA?

Para muitos negócios, internacionalizar é um passo que abre portas para mercados maiores, crédito em dólar e menos burocracia. Mas é importante analisar se o produto ou serviço tem apelo internacional, comparar custos x benefícios e planejar tributos. Com apoio especializado e estudo de mercado, pode ser um caminho muito positivo. Se restar dúvida, consulte o time da Prézzo Consulting para uma análise sob medida.

Conheça o autor da postagem

Paulo Oliveira

Contador e Administrador focado em resolver os problemas nas Finanças das Empresas.

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